Clarissa Guimarães
Designer, artista plástica e muito mais
O luxo do re(uso)
Texto Raquel Bambozzi
Prata, ouro, aço, bronze, resina, côco,
acrílico, vidro, plástico, utensílios de cozinha, borracha, tecido, nylon, o
que estiver pela frente; todos estes, recursos materiais de criação, não para
qualquer um, mas para Clarissa Guimarães Arani.
Clarissa Arani é artista plástica, aderecista e ourives e poderiamos dizer
ainda inúmeros outros adjetivos sem risco de exagero! Criativa um absurdo, mas,
antes de tudo, trabalha muito e preza por se superar. Pudera... atua neste
fazer há quinze anos. Suas criações exploram a relação privilegiada com o
corpo, adaptando-se a ele ou desafiando os limites dados por este suporte. Observa o corpo, sua forma, sua anatomia... e faz a
matéria moldar-se às curvas, para então criar uma linguagem onde o movimento
predomina, O metal ou o plástico duro amoldam-se ao corpo, transformam-se
juntos ao corpo numa nova linguagem. Nessa busca, alia a linguagem
contemporânea ao conforto. Referências
várias traçam seu imaginário: a admiração pela cultura popular do Brasil e de
outras manifestações étnicas, o uso de materiais recicláveis ou tidos como
pouco nobres em si, trazendo um novo uso, através da nova forma e composição. O
design enobrece o material e, logo ali, o objeto/adorno: temos um pensar, um
compor que atua como subversão do objeto em sua existência usual.
Assim, transforma o banal em arte.
Utilizando do design como elemento agregador de valor
suas peças são mais ¨livres¨, nas quais o material é um veículo a mais para
expressar e não o único a falar do todo.